A Ilha das Pedras Brancas possui 4,5 mil metros quadrados de área, localizada no lago Guaíba. De barco, fica a 25 minutos de distância de Porto Alegre (RS). Pensando em alternativas para democratizar, cada vez mais, o acesso ao local, a ONG AMA Guaíba, em parceria com o projeto Velejar do Sul, iniciou uma campanha para arrecadar recursos e reformar o atracadouro de acesso, bem como o pontilhão do lado norte da Ilha das Pedras Brancas. Qualquer valor é bem-vindo. O link já está disponível pelo https://apoia.se/ilhadopresidio.
"Navegando pelo Guaíba a gente percebe toda beleza e singularidade única do nosso lago. Qualificando a infraestrutura de acesso a Ilha das Pedras Brancas estaremos valorizando também, a conexão de turistas e moradores, para que eles possam desembarcar no local em segurança", explica Luciano Pohlmann Garcia, comandante do veleiro Good News. Ele está à frente do projeto Velejar do Sul que oferece passeios a vela e de forma voluntária realiza a limpeza da Ilha e recolhimento de lixo.
O processo para melhorar o acesso tem a anuência do IPHAE e Licença Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Guaíba. Caso os recursos necessários se confirmem, todo o processo de reforma, será realizado de acordo com as normas necessárias. "Estamos falando de um bem tombado como Patrimônio Histórico, Arqueológico e Paisagístico pelo IPHAE. Um lugar cheio de história, memórias e de belezas naturais. Que precisa ser preservado e revitalizado", explica Denise Silveira, gestora da AMA Guaíba.
Durante o período da Ditadura Militar, a Ilha das Pedras Brancas teve seu nome substituído, passando a ser conhecida como Ilha do Presídio, escolhida para receber os presos políticos da época. Em 2014, completados 50 anos de 1964, ocorreu o tombamento da Ilha pelo IPHAE, transformando-a em Patrimônio Histórico, Cultural e Paisagístico do Estado. Ao longo dos últimos 30 anos de descaso, as ruínas do presídio foram gradualmente sendo abraçadas pela natureza que vem incorporando-se, visualmente, à paisagem.
A AMA Guaíba, o projeto Velejar do Sul e apoiadores da ação de recuperação, acreditam que o acesso à Ilha das Pedras Brancas deve ser qualificado, assim como a visitação deve ser guiada, atendendo também, demandas de profissionais que atuam com turismo, movimentando a economia local. "Ninguém cuida do que não conhece. Queremos uma Ilha viva, onde o contraste entre a sua linda paisagem, sua história, possam abrir espaço para o cuidado com o meio ambiente. Sonhamos com uma Ilha que una preservação, consciência ambiental e história", explica Bruno de Azambuja Silveira, Coordenador de Patrimônio Histórico e Cultural da AMA Guaíba. Mestre em História na UFRGS, sua dissertação foi sobre a Ilha das Pedras Brancas, enquanto presídio político.
O projeto de revitalização leva em conta, igualmente, aspectos que oportunizam um turismo pedagógico, ambiental e cultural, juntamente com a conservação da natureza.
Serviço:
Apoio à reconstrução do atracadouro e pontilhão da Ilha do Presídio - Ilha das Pedras Brancas